Ex-prefeito de Cáceres, Túlio Fontes (DEM) é detido pela Polícia Federal. Ele estava na chácara dele, na cidade. Ele foi levado para a PF sob condução coercitiva. O ex-prefeito assinará termo circunstanciado e ser liberado, segundo fontes da PF.
Mais de 300 policiais participam da Operação desencadeada hoje (01) que cumpre 113 mandados judiciais: 30 de prisão preventiva, 17 de prisão temporária, 13 de conduções coercitivas e 53 de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Cáceres e Sinop, no estado do Mato Grosso, além de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Nerópolis, no estado de Goiás.
Entre os conduzidos coercitivamente para prestarem esclarecimentos também está, além de Túlio, a atual vice-prefeita, Antônia Eliene Dias (PSDB). Procuradores municipais, proprietários e representantes de grandes empresas do setor farmacêutico foram presos pela PF hoje.
Em entrevista ao RepórterMT, o prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz (PMDB), disse que está acompanhando a situação, mas alegou que não tem conhecimento do teor da operação. Ele disse que os secretários de administração e finanças foram chamados para prestar esclarecimentos. Francis acredita que também deve ser chamado para dar depoimento.
A PF colocou em ação a Operação Fidare, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF), a Operação Fidare que tem o objetivo de combater o desvio de verbas públicas de três programas federais do Ministério da Saúde. A estimativa é de que uma quadrilha que atuaria na Prefeitura do município (240 km da capital) tenha desviado cerca de R$ 2,5 milhões nos últimos dois anos.
O ESQUEMA
De acordo com a PF a investigação apurou que o esquema criminoso era antigo. Empresários, em conluio com servidores e agentes públicos, entregavam produtos à Prefeitura de Cáceres sem o devido pagamento. Não era conferido o estoque de medicamentos necessários ao atendimento da população. Posteriormente, licitações era simuladas para formalizar a aquisição dos medicamentos.
A Secretaria Municipal de Saúde também retardava licitações até que houvesse falta completa de material. Os procuradores do município apresentavam pareceres para justificar a compra atrasada de remédios. As licitações eram direcionadas aos fornecedores que possuíam relações de confiança com os secretários municipais.
Outra forma de atuação da quadrilha era a aquisição de produtos sem a devida entrega. Assim, era autorizado o pagamento aos fornecedores mesmo sem o recebimento dos remédios. A pessoa responsável pelo controle dos estoques municipais de medicamentos participava do esquema criminoso, atestando as entregas que não ocorriam.
Alguns produtos não eram distribuídos e chegavam a perder a validade. Outros eram jogados fora. A situação provocou a falta de soro fisiológico nas unidades de saúde da cidade.
Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de desvio de verbas públicas, fraudes a licitações, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento, organização criminosa e crime contra a ordem econômica.